POR AMOR AS CAUSAS PERDIDAS

sábado, 4 de julho de 2009

Sentado no tempo


Me proteger de tudo foi o que estragou. Essa mania de me preparar, pra isso, pra aquilo, pro amanhã. Foi tudo em vão, ou pelo menos quase tudo. A melhor forma de se preparar pro amanhã seria ter vivido cada minuto. A 200 por hora, ou até mais, uns 210. E numa intensidade de 220. Deveria ter ido para festas mesmo me achando feio, passado por cima do medo para falar com aquela pessoa, deveria ter realizado desejos proibidos, enfim atropelado o nunca, o depois e o medo da dor.
A boa noticia é que durmo, mas também acordo, e acordei.
Finalmente minha cosciência se materializou. Está nos rastros de minhas pegadas, nas manchas da minha pele e nas cicatrizes de todo o corpo.
Minha revanche é acelerar a vida, na retas e nas curvas. É aumentar as coisas no último volume e levá-las às últimas consequências. Aumentar até o volume do silêncio, pra eu poder ouvir.
Sei que vai dar certo, afinal eu sempre sobrevivo

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